terça-feira, 1 de julho de 2014

"All things must pass", he said

Está aí, ó: a borboleta com a asa amassada. Quem quiser ver, que veja. Lagarta que não coube mais no casulo. Saiu antes do tempo, ou saiu tarde demais, pouco importa; saiu torta. Eu a amo e vivo, com todos aqueles acordes errados e as cores vibrantes e as memórias. Confia no chão sem confiar nas pernas. Vê o sol nascer e acredita que inventou a luz! Tem medo da noite, quando se vê refletida. Tem medo de si mesma nua.

A vida, hão de concordar vocês, a vida é o fenômeno mais lindo que há. Sabe deus se foi deus quem fez, se é acaso. Bom de pensar assim é que te tira da sua vida, como um gancho que puxa pro alto, bem lá no alto. Não parece mais tão assustador lá embaixo, parece, borboleta? Olha só toda essa gente. Agora, vai. Desamarrota essa asa e desce, que está atrasada (nossa moça tem um encontro maiêutico. Adivinhem com quem).

Escrever a alma não te faz menos forte. Dar esse presente às pessoas é que talvez seja narcisista. A essa altura, deve ser. Ah, mas isso é de uma beleza...

É tão gostoso não poder voar, quando ainda não se sabe ao certo para onde ir, não é? 


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