domingo, 8 de fevereiro de 2015

A arte do encontro

"Que improvável, não?"

Sim! Improvável... 

Hoje é oito de fevereiro. No dia oito de fevereiro, alguns anos atrás, ele surgia no mundo. Outros anos depois, surgi. E nesse momento passamos a coexistir, engraçadamente sem a menor ideia da existência um do outro. Por algum tempo, vivemos absolutamente alheios a tudo que teríamos um dia. Um pensamento que não faz mais sentido, agora que temos algo tão belo.

E, se passamos a existir, foi graças a uma cadeia de acontecimentos cujo início data de antes dos meus tataravós, e antes dos tataravós dos meus tataravós; está perdido no tempo. Escolhas pessoais e eventos imprevisíveis, uma gigantesca teia de contatos, tudo culminou naquela manhã em que nossas linhas se interceptaram (darei a este ponto o nome da letra grega "alfa"). 

E se eu tivesse nascido um ano antes? Ou um ano depois? E se ele não viesse para São Paulo? Ou ainda, e se ele tivesse nascido em São Paulo? Será que teríamos nos encontrado? Será que nossos caminhos brincariam de se cruzar mesmo assim? Jamais haveremos de saber. No entanto, o improvável aconteceu: nos conhecemos. E em circunstâncias que permitiram, além de simplesmente nos conhecermos, convivermos e nos tornarmos amigos.

Todo esse raciocínio me vem à cabeça quando penso na beleza que é estar ao seu lado. Na felicidade que sinto toda vez que os olhos dele se enroscam nos meus. No quanto ele me ensina, mesmo sem querer. E em como é maravilhoso poder ser eu mesma ao lado de alguém a quem tanto amo. A sorte me sorriu; Esbarrei na vida de uma pessoa ímpar, repleta de tantas características que admiro, e que vive a se reinventar e a me surpreender. Não sei se outras trilhas caminhariam pra gente se achar, e jamais saberei. Mas, graças a essas pequenas idas e vindas, essas escolhas aparentemente inofensivas, meu caminho deu com o de um lindo matemático. E ele me ensinou que "improvável" e "impossível" não são a mesma coisa.



"A vida é a arte do encontro"
Vinícius